Do Brasil colônia ao
início do século XX
O Brasil, como muitos
outros países também teve problemas com o trânsito. Os antigos caminhos
coloniais, para as tropas de mulas, foram os precursores da maioria das
estradas brasileiras. A expansão da produção agro-pastoril e em
especial, da cultura cafeeira, a partir de 1830, impulsionava a
economia. Grandes quantidades da produção brasileira eram exportadas,
mas, como as lavouras, principalmente de café, eram localizadas em
regiões muito distantes dos locais de embarque, as grandes cargas
precisavam ser transportadas por terra até os principais portos.
Historicamente,
o Brasil não teve anteriormente problemas de congestionamentos, mas
sim, com estradas intransitáveis, em virtude da própria geografia. O
trânsito de carroças e de cavaleiros, pelo que se sabe, sempre foi
tranqüilo.
Em fins do século XIX, chegam ao país os
primeiros automóveis providos de motor a explosão (combustão interna) e
movidos a vapor. A partir daí, o Brasil entra na era automobilística. Os
Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro foram os primeiros a conhecer o
automóvel. O primeiro veículo automotor chega a São Paulo em 1893, de
propriedade de Santos Dumont, que o trouxe da França. Neste mesmo ano, a
fábrica Moinho de Ouro da cidade do Rio de Janeiro, de propriedade de
Álvaro Fernandes da Costa Braga, importou o primeiro veículo movido a
vapor, para serviço da empresa.
Os brasileiros mal
acabaram de conhecer o automóvel e já entraram para a história dos
acidentes. O primeiro acidente automobilístico aconteceu em 1903, com o
veículo a vapor de propriedade de José do Patrocínio, dirigido por Olavo
Bilac. Os dois amigos envolveram-se em acidente, dando início à
história dos acidentes automobilísticos brasileiros (Oliveira, 1986).
Diante
do primeiro acidente, as autoridades e o Automóvel Clube do Brasil,
tomaram medidas no sentido de tornar o tráfego mais seguro, tanto para
os pedestres quanto para o próprio motorista. Autoridades municipais de
São Paulo e do Rio de Janeiro, com o intuito de disciplinar e ordenar o
trânsito de veículos, em 1903, legalizaram o trânsito de automóveis, com
a concessão das primeiras licenças para dirigir. Em 1906, adota-se no
país o exame obrigatório para habilitar motoristas (Oliveira, 1986).
No início do século XX, o pais viveu um de seus momentos de inovação e
ampliação da frota de automóveis. Se o automóvel era mania de
milionários excêntricos e da classe média endinheirada, o resultado não
poderia ser outro, senão o aumento do número de veículos automotores
importados, uma vez que excursões e corridas de automóveis eram o
modismo da época. Modismo resultante da estabilidade política e
financeira do pais, devida à alta produtividade e à exportação do café.
História
O
conceito de ônibus como modalidade de
transporte público tem sua origem
na cidade de
Nantes,
França onde,
em
1826,
Stanislav Baudry
[3] decidiu estabelecer um transporte entre o centro da
cidade e as instalações de
banhos públicos de sua propriedade em
Richebourg, nos arredores da cidade. O serviço combinava as funções das
carroças hackney com as das diligências que percorriam uma rota
pré-determinada, transportando passageiros e correio. O veículo era
dotado de bancos de madeira ao longo do mesmo e a entrada era efetuada
por trás.
O termo ônibus parece vir do local onde os carros
faziam o ponto final, diante de uma chapelaria, cujo dono, Omnes, em um
jogo de palavras com seu próprio nome, denominou
Omnes Omnibus,
"tudo para todos". O nome pareceu bastante apropriado para o novo
transporte coletivo e por associação foi adotado por este
[4]. Em outras versões da história, porém, ônibus
simplesmente decorre de
voiture omnibus ("carro para todos")
[5].
O aparecimento do ônibus foi
fator fundamental para o surgimento dos serviços de
transporte público. Transportar
passageiros demonstrou ser tão economicamente interessante que Baudry
abandonou o negócio dos banhos e passou a dedicar-se exclusivamente a
isso. Foi em Paris, no entanto, que ele resolveu em
1828 fundar,
com outros sócios, a
Entreprise Générale des Omnibus.
Seja
por emulação direta ou porque a ideia já pairava no ar, em
1832 já
teriam sido implementados serviços semelhantes em
Bordéus e
Lyon.
Um jornal de
Londres registrou, no dia 4 de Julho de
1829,
que "o novo veículo, chamado de
omnibus, começou a fazer a
ligação de
Paddington à cidade". Esse serviço era
operado por George Shilibeer.
Em
Nova Iorque, foram lançados serviços de
omnibus no
mesmo ano, quando Abraham Brower, um empreendedor que organizou
companhias voluntárias de bombeiros, estabeleceu a ligação ao longo da
Broadway começando
em Bowling Green; outras cidades americanas seguiram-se:
Filadélfia em 1831,
Boston em
1835 e
Baltimore em 1844.
Em
1830, o
britânico Sir Goldworthy Gurney desenvolveu uma longa carruagem movida a
vapor
[6], provavelmente o primeiro ônibus motorizado. Mas,
nas grandes cidades onde o transporte coletivo se desenvolvia, a tração
animal evoluía para o transporte sobre trilhos.
Em
1895,
Karl
Benz criou o primeiro ônibus movido por um
motor a explosão. Dotado de um motor
a gasolina de 5
cv, o ônibus de Benz alcançava 15Km/h e
transportava até oito passageiros entre as localidades de Netphen e
Deutz
[7].
O serviço de ônibus produziu
repercussões na sociedade e na urbanização. Socialmente, o serviço
colocava pessoas, em intimidade física sem antecedentes, espremidos uns
contra os outros numa pressão democrática que mesmo a pessoa de classe
média com a mentalidade mais liberal tinha experimentado antes. Só os
mais pobres permaneciam excluídos. Assim surgiu uma nova divisão na
sociedade urbana, dividindo aqueles que possuíam carruagens e os que não
possuíam.
O serviço de ônibus estendeu o alcance da cidade
norte-atlântica, pós-georgiana e pós-federal. A caminhada da antiga vila
de
Paddington à baixa de Londres era dura até
para um jovem em boa condição física. O serviço de ônibus ofereceu uma
nova disponibilidade ao interior da cidade dos seus
subúrbios mais próximos.
Uma
urbanização mais intensa seguiu-se. Dentro de poucos anos, o serviço de
ônibus de Nova Iorque tinha como rival o
eléctrico (bonde): o seu primeiro serviço
percorria a rua Bowery, que oferecia uma grande melhoria nas condições
por percorrer sobre carris de ferro em vez de andar sobre estradas de
blocos de granito, o que traduzia-se numa viagem mais suave. Os novos
eléctricos foram financiados por John Mason, um banqueiro rico, e
construídos por John Stephenson, um empreiteiro
Irlandês.
Quando
os transportes motorizados comprovaram o seu valor após 1905, um omnibus motorizado
era, por vezes, intitulado autobus.